terça-feira, 19 de março de 2013

Gerard Van den Aardweg [Entrevista]


Psicologia católica e abusos sexuais por parte do clero
Entrevista com Gerard van den Aardweg
Por Genevieve Pollock

I PARTE:

HAARLEM,

-O comportamento pedófilo - como no caso de abusos sexuais de crianças por parte do clero - não se pode equiparar com a homossexualidade, mas pesquisas revelam que ambos tampouco estão desconectados, diz um psicoterapeuta católico.

Gerard van den Aardweg trabalha como terapeuta há quase 50 anos em sua pátria, Holanda. Especializou-se em casos de homossexualismo e de problemas conjugais. Ministrou conferências no mundo todo e escreveu diversos livros sobre homossexualidade e pedofilia, assim como a relação destes temas com outros: a atração homoerótica no sacerdócio, a Humanae Vitae e os efeitos da paternidade homossexual.

Os livros publicados por ele incluem Battle for Normality: Self-Therapy of Homosexuality e On the Origins and Treatment of Homosexuality.

Van den Aardweg foi membro do Comitê Científico Assessor da Associação Nacional para a Pesquisa e Terapia da Homossexualidade, desde que a organização foi fundada em 1992. É também o editor europeu da revista Empirical Journal of Same-Sex Sexual Behavior.

Nesta entrevista concedida a Zenit, fala das formas em que os meios de comunicação podem estar distorcendo os fatos sobre o abuso sexual de menores e os dados empíricos acerca da pedofilia e da homossexualidade.

-Por que houve um estouro de casos de abusos sexuais de menores por parte do clero?

-Van den Aardweg: O estouro de notícias está na atenção dos meios de comunicação sobre o tema. Não devemos confiar nos meios de comunicação nessa matéria, sobretudo nos jornais e nos canais de TV de tendência esquerdista e liberal, porque exploram esses escândalos para sua própria agenda.

Sem dúvida, o escândalo dos abusos sexuais de menores por parte de sacerdotes e religiosos se produziu, no passado, com demasiada frequência, e mais do que muitos pensaram ou acreditaram, e ainda ocorre. No entanto, a situação melhora claramente, e o pico dos abusos se situa aproximadamente entre 1965 e 1990, quer dizer, há 20 anos. Isso não é surpreendente, porque a revolução sexual no mundo secular não se deteve na porta da Igreja. No entanto, isso não quer dizer que esse comportamento fosse típico dos sacerdotes, ou que ocorrem com maior frequência nas paróquias e nos institutos educativos católicos que em outros lugares.

Sem nenhuma intenção de comprovar sua validez, as acusações, maduras ou não, emitem-se indistintamente, como se fossem verdade provada, em um tom agressivo de "justa indignação", frequentemente comentadas de uma maneira hostil à Igreja. Dias após dia se enfatiza a mesma mensagem.

Parece um condicionamento da opinião pública. A associação entre "sacerdote católico" e "abusador de crianças" reforça-se na mente do leitor e do ouvinte e, implicitamente, também a associação entre a "doutrina moral católica sobre a sexualidade" e a "hipocrisia".

-Até que ponto é confiável a informação divulgada atualmente pelos meios de comunicação sobre os abusos a menores na Igreja?

-Van den Aardweg: É verdade que muitos casos graves foram minimizados ou encobertos no passado. Por outro lado, o quadro negro atual dos meios de comunicação está bastante exagerado, uma parte das acusações tem mais caráter de rumores que de fatos concretos. Na Holanda, fazem-se acusações sobre acontecimentos que teriam acontecido há mais de meio século - a maioria das pessoas esperaria todo esse tempo se tivesse sofrido uma injustiça grave?

E não se faz distinção entre os atos de abusos graves, como os de sacerdotes ou religiosos que coagiram física ou psicologicamente uma criança vulnerável em uma relação sexual durante um período longo de tempo, o que frequentemente tem profundos efeitos na vítima, e um contato ocasional ou um intento que não deixa esses rastros.

Como exemplo dessa última categoria, um sacerdote muito popular que ensinava em uma escola secundária tentou impor-se sexualmente em várias ocasiões a uma série de adolescentes, mas simplesmente não o levaram a sério, alguns inclusive lhe deram um tapa na cara quando ele chegou a ser demasiado molesto, e era objeto de piadas.

Em um estudo britânico com jovens adolescentes, 35% deles disseram que tinha sido solicitado por um adulto homossexual (membro da família, professor, líder juvenil, etc) e que só 2% deles tinha acedido.

Este é também um aspecto do problema. O comportamento do professor-sacerdote que acabo de mencionar, obviamente, foi muito reprovável, mas não pode ser igualado com o de um sacerdote ou religioso em um internato que faz o papel de pai carinhoso com uma criança de uma lar destruído, e que logo abusa de sua posição de poder para fazer que seu afeto dependa de que o menino realize seus desejos sujos.

Na Holanda, um ou dois internatos tinha má fama neste sentido. É evidente que alguns membros da direção não eram bons (e tendiam a atrair outros de sua laia), mas em muitos - provavelmente a maior parte - dos demais, as moléstias sexuais foram a exceção.

-O senhor menciona a relação entre as pessoas com tendências homossexuais e as pessoas que abusam de crianças. Alguns líderes da Igreja foram criticados por fazer essa relação. Como psicólogo, o que diz a respeito?

-Van den Aardweg: Os dados sobre as tendências de abuso sexual por sacerdotes nos EUA, onde este tipo de escândalo foi melhor investigado, indicam que 14% das queixas se referiam a crianças até 11 anos de idade, e 51% afetavam pré-adolescentes, e 35% adolescentes entre 15-17 anos de idade. Poderíamos dizer que aproximadamente 20% das reclamações em geral afetava crianças, ou, se quisermos ser mais liberais em nossa definição; podemos estimar que um terço dos casos tecnicamente implicam comportamento pedófilo. De qualquer modo, não são a maioria.
Para os países europeus, as estatísticas não estão ainda disponíveis, mas toda informação parcial de que dispomos aponta a um padrão similar. Ademais, este modelo se confirma para outros grupos de abusadores de crianças do mesmo sexo e adolescentes, em outras palavras, para os professores, líderes juvenis, ou os funcionários dos institutos educativos.

Agora, a sedução e o abuso de meninos adolescentes não costume ser o negócio dos pedófilos. Os pedófilos, em geral, já não se interessam pelas crianças depois que essas entram na fase da puberdade e desenvolvem seus primeiros traços masculinos; é o corpo e a psique infantil o que os atrai.

Suponhamos que também na Europa, ao redor de 20% ou mais - o que não é muito provável - das vítimas de abuso sexual por parte de sacerdotes estivesse claramente abaixo da idade da adolescência e que todos esses sacerdotes abusadores fossem realmente pederastas. Inclusive então, a maior parte dos crimes deve ser atribuída a sacerdotes e religiosos que não eram "pedófilos", mas de fato a pessoas com uma orientação homossexual ordinária.

Isso não é surpreendente. Porque é um fato universal que muitos homossexuais autoidentificados centram-se nos adolescentes - o termo é efebófilos - e, se manifestam seus sentimentos, muitos deles sentem a tentação de seduzir um adolescente se a ocasião se apresenta.

-O senhor disse que sua impressão é que só uns poucos sacerdotes são pedófilos homossexuais, quer dizer, dirigem-se a meninos entre 8 e 11 anos de idade. Como se contam esses poucos homens na estimativa dos cerca de 20% dos casos de abusos sexual de meninos?

-Van den Aardweg: Voltando à relação entre a homossexualidade "normal" e a pedofilia homossexual, muitos homens que se identificam como homossexuais ativos em ocasiões podem também ter-se interessado por um menino que ainda é criança ou pré-adolescente. Aproximadamente uma quarta parte dos homens homossexuais ativos informou de relações sexuais com meninos de 16 anos e de menor idade, incluindo com meninos púberes. Quase a metade dos homens homossexuais ativos, segundo um estudo, informou sobre algum interesse por jovens de apenas 12 anos de idade. Esta porcentagem se pode supor também para os sacerdotes homossexuais ativos.

Esta é uma área nebulosa, também porque, por razões compreensíveis, os homens que se centram principalmente nos adolescentes - os homossexuais tecnicamente efebófilos - não gostam de admitir que, em ocasiões, podem ter sentimentos por meninos ainda mais jovens.

Se o tabu sobre este tipo de relação fosse menos rígido, eu esperaria muito mais comportamento "no limite da pedofilia" e claramente pedófilo por parte dos homens que se interessam pelos adolescentes.

Isso é o que sugerem também as declarações de uma organização oficial gay conhecida como Dutch COC (Clube de Cultura e Ócio). Em 1980 proclamou que, "ao reconhecer a afinidade entre a homossexualidade e a pedofilia, o COC fez muito possivelmente que seja mais fácil para os adultos homossexuais tornarem-se mais sensíveis aos desejos eróticos dos membros mais jovens de seu sexo, ampliando assim a identidade gay". Portanto, afirmava, "a liberação da pedofilia deve ser considerado um assunto gay", e a idade de consentimento deve ser abolida".

Psicologia católica e abusos sexuais por parte do clero

Entrevista com Gerard van den Aardweg

II PARTE

HAARLEM,

- Um jovem que é psicológica e emocionalmente maduro, quando for admitido no seminário, nunca acabará se interessando pela homossexualidade e a pedofilia, afirma um psicoterapeuta católico holandês.

Gerard van den Aardweg trabalha como terapeuta há quase 50 anos em sua pátria, Holanda. Especializou-se em casos de homossexualismo e de problemas conjugais. Ministrou conferências no mundo todo e escreveu diversos livros sobre homossexualidade e pedofilia, assim como a relação destes temas com outros: a atração homoerótica no sacerdócio, a Humanae Vitae e os efeitos da paternidade homossexual.

Os livros publicados por ele incluem Battle for Normality: Self-Therapy of Homosexuality e On the Origins and Treatment of Homosexuality.

Van den Aardweg foi membro do Comitê Científico Assessor da Associação Nacional para a Pesquisa e Terapia da Homossexualidade, desde que a organização foi fundada em 1992. É também o editor europeu da revista Empirical Journal of Same-Sex Sexual Behavior.

-Voltando aos problemas no clero, diria que o abuso aumentou porque homens com tendências preexistentes foram admitidos no sacerdócio, ou há fatores que contribuem para este tipo de comportamento com o passar do tempo?

-Van den Aardweg: Um jovem que é psicológica e emocionalmente maduro, quando for admitido no Seminário, nunca acabará se interessando pela homossexualidade e a pedofilia. Se se sentir excitado sexualmente e alimentar seus sentimentos, buscará uma mulher.

A "orientação" para crianças ou adolescentes nos sacerdotes que abusaram dos jovens nunca se origina durante os anos de Seminário ou durante o sacerdócio. Em alguns casos, inicialmente pode ter sido mais ou menos latente, fraca, mas sempre esteve essa lacuna em seus sentimentos, a falta de sentimentos normais heterossexuais.

Em determinadas circunstâncias, ao ter contato com jovens, ou durante um período de desilusão ou solidão, o adormecido desejo homossexual pode-se inflamar.

Outros sacerdotes talvez sempre foram conscientes de sua atração pelos homens, mas se estruturam para viver com ela sem exteriorizá-la. No entanto, cada vez que se sente incapaz de fazer frente às demandas ou desilusões de sua profissão, em um mau momento poderia começar seja folheando revistas pornográficas - em nossos dias, em um site pornográfico da internet - ou começar a consumir álcool, a se consolar e entregar-se a fantasias sexuais, com o que vai de mau a pior.

A homossexualidade é mais que um problema sexual. É parte de uma variante específica da imaturidade da personalidade, e entre seus sintomas mais frequentes estão a falta de força de caráter, a solidão interior, as dificuldades para a formação de vínculos de amizade madura, a ansiedade e a depressão. Assim, o estresse, em todas as suas formas, pode debilitar a resistência do homem a entregar-se a seus desejos.

Outros fatores importantes que diminuem o umbral de resistência são a falta de apoio pessoal e a falta de direção espiritual regular de que tanto necessitam; a lassidão da vida interior, espiritual, o abandono da confissão regular, o mau exemplo de outros sacerdotes em seu entorno que levam uma vida dupla, e o estar exposto a teorias morais permissivas sobre a sexualidade em geral e sobre a normalidade da homossexualidade.

Neste sentido, a atitude crítica de muitos teólogos e sacerdotes ao celibato e, sobretudo à Humanae Vitae, foi um fator eficaz na debilitação da resistência de muitos sacerdotes para condutas sexuais inadequadas, seguramente no caso de muitos com desejos homossexuais.

Como o Papa Paulo VI mesmo explicava nesta encíclica, dissociar a sexualidade da reprodução na relação entre o homem e a mulher teria como consequência a aprovação de outras formas de sexo estéril como a homossexualidade.

Muitos dos escândalos sexuais que finalmente desencadearam a reação pública nos EUA, fato que está atualmente continuando na Europa, e que serve de tão abundante material para a propaganda anti-católica, são uma consequência lógica de décadas de rejeição aberta e de ignorar tacitamente a Humanae Vitae e a visão cristã da sexualidade que subjaz nela por parte de importantes sacerdotes, moralistas e bispos.

Não se pode esperar que muitos sacerdotes e religiosos com debilidades, como os desejos homossexuais - e em ocasiões pedófilos - perseverem em sua luta interior pela castidade quando constantemente escutam dizer que quase tudo é correto na vida heterossexual, matrimonial ou não: "por que deve ser o único ao que não está permitido só ocasionalmente dar-se um inocente prazer sexual se não causa dano a ninguém?"

-Os meios de comunicação rara vez centram-se no papel da psicologia nos casos de abusos sexual. Que o senhor diria do papel da psicologia nesses casos?

-Van den Aardweg: Apesar de toda crítica atual, não há provas de que a maioria dos casos de má conduta sexual por parte de sacerdotes no passado mais remoto, e inclusive entre 1960-1980, manejaram-se mal e de maneira irresponsável.

Frequentemente se buscou um compromisso prudente entre a necessidade de proteger os menores, a "ressocialização" do delinquente, e o controle dos danos sobre a paróquia, diocese, instituto.

A terapia - ou, em todo caso, as séries de conversações com os profissionais - foi uma das medidas padrão. Este enfoque não foi diferente do utilizado em casos similares nas instituições leigas, salvo que o castigo era eclesiástico.

Olhando para trás, este manejo pode ter sido adequado em muitos casos, mas frequentemente não era. Uma das razões da insuficiência desses procedimentos foi a ingenuidade das autoridades da Igreja ante os desvios sexuais.

A tendência foi subestimar a gravidade dos delitos, e crer que um delinquente com boas intenções, que, por outro lado, tinha ido se confessar e tinha prometido corrigir-se, merece caridade e confiança mais que qualquer outra coisa, e tinha de lhe ser dada uma segunda oportunidade.

Sobretudo as autoridades da Igreja - não menos que as autoridades judiciais leigas - compartilhavam uma confiança demasiado otimista nas pujantes ciências psicológicas e psiquiátricas. Encomendar um caso de abuso sexual a um psiquiatra ou psicólogo era visto como a garantia mais sólida contra a reincidência.

Isso definitivamente não era uma garantia, e continua não sendo. O efeito de longo prazo da psicoterapia ou da medicação em muitos casos de delinquentes sexuais é mínimo, também porque a motivação de uma pessoa para lutar a dura batalha consigo mesma pode ser bastante artificial e dependente da pressão das circunstâncias.

Por outro lado, parece que, mais ou menos desde finais dos anos 60, a resposta a estes delitos converteu-se em muitos setores da Igreja - não em todos - cada vez em mais insuficiente, frágil, negligente.

A tendência leiga da psicologia era a de enfatizar o aspecto de enfermidade mental dos delinquentes em geral - pacientes, vítimas da educação, etc. - em vez de em sua responsabilidade ante seu comportamento imoral.

O elemento de disciplina e castigo - no caso dos sacerdotes e religiosos, a penitência - era impopular, e isso se acrescentou frequentemente a uma flagrante falta de consideração dos sofrimentos e das necessidades das vítimas desses delitos.

A psicologia tem uma grande responsabilidade sobre essa visão distorcida e ideológica, e sem nenhuma dúvida afetou profundamente na forma em que as autoridades da Igreja reagiram às acusações de abusos sexuais que se lhes apresentaram, em sua conduta perante os membros do clero que cometeram abusos sexuais, e na atitude de muitos conhecidos homens da Igreja e teólogos para com homossexuais em geral e sacerdotes homossexuais em particular. Um fator importante nisso foi também o medo dos meios de comunicação, da opinião pública.

De todos os modos, com frequência, as autoridades olharam para o outro lado quando se lhes apresentaram casos de ‘pedofilia' ou de outras condutas homossexuais de sacerdotes e, se tomaram medidas, com muita frequência o fizeram com "o encobrimento da caridade": não adoram punições, talvez encaminharam para algum centro terapêutico, e, nesses casos, sem verificar os efeitos.

-Alguns criticam a Igreja por que, no passado, permitiu a sacerdotes que tinham cometido abusos regressar ao ministério, após terem participado de sessões de psicoterapia. O senhor acredita que os terapeutas pensavam que esses sacerdotes podiam se curar realmente, e que podia ser confiado a eles o cuidado de crianças e adolescentes?

-Van den Aardweg: Esta crítica é justa. As autoridades, nesses casos, podem ser recriminadas pelo fato de que não tiveram a prudência de esperar uns dois anos, verificar os resultados do tratamento, e que não seguiram pessoal e criticamente o caso. Suas reações muito frágeis foram, em ocasiões, o caminho mais fácil.

Também é verdade que, em geral, os psicoterapeutas tinham, e continuam tendo, muita confiança em suas ideias e métodos. De fato, a psicoterapia pode ajudar um pequeno número de pessoas com inclinações sexuais anormais, como a homossexualidade, a mudar radicalmente e, a uma porcentagem mais elevada, pode apoiar para que seus sentimentos percam intensidade e seu caráter obsessivo, de modo que toda sua estabilidade emocional aumente de um modo considerável. Mas isso com frequência requer anos, e os melhores resultados são experimentados por aqueles que se submetem à terapia por iniciativa própria e não forçados por uma situação externa.

Assim, um cliente que se submete a terapia pode reagir melhor durante a mesma, e isso pode ocasionar que o terapeuta considere prematuramente que está pronto para regressar a sua situação precedente; desse modo, ao ser submetido a uma maior pressão interna e externa, não diminuem as possibilidades de que volte a cair em seus antigos comportamentos.

Isso não é visto só em casos de pessoas com problemas sexuais, mas também em outros casos de neuróticos e delinquentes. De todos os modos, a prudência exige que não se coloquem nunca pessoas com esses comportamentos passados na antiga situação, ao menos durante muitos anos, pois continuam sendo vulneráveis.

-Qual é a atual relação entre as autoridades da Igreja e os psicólogos na hora de trabalhar com sacerdotes pederastas ou homossexuais? Mudou com o passar dos anos?

-Van den Aardweg: Depende das diferentes pessoas com autoridade, mas também da possibilidade de poder contar com psicólogos católicos preparados. Na Europa, já só uns poucos psicólogos trabalham em terapia com pessoas atraídas pelo mesmo sexo, dado que este ramo da terapia está quase fora da lei na União Europeia, que adotou oficialmente a ideologia homossexual.

A terapia dos desvios sexuais é quase vista como uma violação dos direitos humanos. As universidades só transmitem uma visão baseada em slogans politicamente corretos. Isola-se quem poderia oferecer cursos de terapia para profissionais. Só há poucos terapeutas cristãos especializados nesse tema.

Pelo que se refere à Igreja, está aumentando o interesse de cooperar com psicólogos e psiquiatras cristãos/católicos em particular por parte daqueles bispos, superiores de seminários, sacerdotes ou teólogos que apoiam a moral sexual da Igreja.

Outros que se sintam inseguros em suas opiniões sobre esta matéria, ou que tenham medo de enfrentar os meios de comunicação, aos sacerdotes e fiéis liberais, ou a seus próprios teólogos, preferem deixar sem trabalho os psiquiatras e psicólogos que tratam da homossexualidade como uma desordem. Mas creio que algo está mudando para melhor nesse sentido, ainda que de maneira lenta.

Por outro lado, cada vez mais jovens psicólogos e psiquiatras interessam-se pelo que chamamos de "psicoterapia cristã ou católica", quer dizer, métodos baseados em uma visão cristã do ser humano, do matrimônio e da sexualidade, e das desorientações sexuais, e que reconhecem o valor terapêutico do "fator religioso", a conversão, a importância de uma vida interior espiritual, do exercício das virtudes, e da luta contra os vícios, para benefício da saúde e da estabilidade de caráter.

Cada vez mais bispos, teólogos e sacerdotes apoiam a promoção, explicação, aplicação e defesa de toda a doutrina católica sobre a sexualidade e o matrimônio, ou simplesmente fazem da Humanae Vitae uma parte essencial de suas atividades de re-evangelização. Claro está, tentam buscar o conselho e assistência de psicólogos cristãos/católicos, e isso está levando aqui e ali a promover uma cooperação fecunda.

Fonte: ZENIT

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